terça-feira, 31 de maio de 2005

Duas armas?

Pro Sinhô vê cuma são as coisas...

Outro dia eu estava aqui na fazenda, trabaiano muito de bem com a vida, quando toca o telefone e era a minha amada patroa chorano, por que um vendedorzinho de meia-tigela tinha ofendido ela. Cuma num sou home de ficar olhando pras parede, botei logo Eusébio na cintura e acunhei pra Recife. Chegano lá, fui com a patroa resolvê esse pobrema. Já que a mãe dela tava sozinha em casa, levei junto, pra não ficar aperreando o cachorro.

Quando cheguei no fornecedor, fui logo soltano a voz pra chamarem o dono, que não trato com subalterno. O danado que veio falar comigo chega dava até pena de dar um sopapo, de tão pequeno e mole que era, acho que se ele levasse uma pancada de vento caía, mas eu não podia afroxar no meio da pendenga, né? Fui logo dizeno que não queria saber, o empregado dele tinha desacatado a minha patroa e tinha que, na mesma hora, vir pedir desculpa, que isso não se faz. O danado num tava lá, mas o tamborete de zona ligou prele na hora, e foi logo dizeno que eu tava lá pra resorvê-lo e que tinha levado duas armas. Claro que o safardana pediu desculpas à dona do meu destino, e nem era besta de não fazer o contrário. Quando tudo já estava arresorvido e um cafezinho da paz bem tomado, perguntei ao toco de amarrá cabrito cuma era que ele tinha visto outra arma comigo, se eu só estava com o meu 38 na cintura. Pie só pra resposta:

- Oxe! Esse aí bota medo, mas não tortura! O danado foi o sinhô ter trazido sua sogra junto. Aí é até covardia, até crueldade querer usar isso contra a gente, Coroné! Mas num se preocupe, se o sinhô num truxé mais ela aqui, eu le prometo que vai ficá tudinho do jeitinho que sua patroa inzigiu! Até boto o vendeô na rua!

O sinhô pie e veja... Num é que eu podia ser preso duas vezes por esse Estatuto do Crime e num sabiava? Agora vou começá a prestá mais atenção com quem ando...

1 Comments:

Anonymous Anônimo disse...

Oi, seu moço! Tô arretribuindo a visita lá no Bregorama. Gostei dimais da conta do seu blogue! Sua linguagem é que nem música, boa di lê. Já dá até pra vê o sinhô sentado na cadeira da varanda, pitando um crioulo. Eu vou mas eu volto, viu? Vosmecê ganhou uma admiradora. Um beijo (aí em cima se fala também "cheiro", não?). E fora com quadrilha estilizada ao som de sertanejo de rádio!!!

segunda-feira, 20 de junho de 2005 às 14:52:00 BRT  

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