segunda-feira, 27 de setembro de 2004

A Penúltima

Meu amigo Everaldo não conta mais a última de D. Jajá, a sua sogra. Como ela está sempre aprontando uma nova, ele só conta a penúltima. Prova disso foi a história do almoço. Dia destes o filho de Everaldo foi visitá-la e levou a noiva. Como já eram umas 1230, D. Jajá ofereceu-lhes o almoço. Eles recusaram, pois iriam almoçar conosco. Ela insistiu. Eles recusaram de novo. Aí ela veio com a dela:

- Apois vou deixar de insistir mesmo, vai que depois vocês aceitam? A comida vem do restaurante só na quantidade pra mim. Deixa pra lá.

Quando os meninos estavam contando isso, Everaldo pega e diz:

- Essa não foi a melhor não, teve outra. Dia desses uma conhecida nossa foi visitar uma amiga lá no asilo dela e aproveitou e foi lhe fazer uma visita tambem. Tava na hora o almoço e a mulher é muito aproveitadora. Quando chegou a comida, D. Jajá ofereceu-lhe e ela prontamente aceitou. A véia chega pulou e disse:

- Oxe! Eu tava oferecendo só de educação! A comida é só pra mim mesma, dá pra mais gente não, viu? Vá almoçar em casa!

É por essas e outras que Everaldo dá graças a Deus pela idéia do tal de asilo...

segunda-feira, 20 de setembro de 2004

Se meu Fusca falasse...

Bas noite! Cuma é que o senhor tá? Tudo em ordem? Graças a Deus! Se assente aí na cadeira de balanço e bora conversá!

Esse meu amigo São Taê num tem jeito mesmo. O sinhô acredita que só bastou D. Marieta-tá, a sogra dele, dizer que é botar ela drento dum Fusca que ela morria e ele mandou-se pro Feirão da Joana Bezerra pra comprá um? Só num comprou logo um onte por que num tinha do jeito que ele queria. Só tinha carro filé, e ele queria um todo enferrujado pra cercar a zebra, se a véia num morrer de raiva pode morrer de tétano, numa relada na porta. E ainda veio me dizendo:

- O senhor sabe, né Coronel, a gente numpode matar a sogra, mas se o carro matar ela, a culpa num e minha! Aí eu me livro de responder por ela.

Adevogado até nisso pensa, num é fogo?

Agora deixa eu ir inseminar uma vaca lá embaixo que já vorto! Vou mandar trazer um suco de sirigüela pro senhor!

segunda-feira, 13 de setembro de 2004

A Ronda

Outro dia fui conversar com meu amigo Everaldo. Conversa vai, conversa vem, papo-furado pra todo lado, perguntei-lhe como ia de sofrimento com D. Jajá, a sogra dele. A resposta até que me assustou:

- Apois Yanossauro, num é que estou bem?

- Por que diabos você está me dizendo isso, Everaldo? Ela morreu?

Aí ele disse que não, muito pelo contrário tava com a saúde até melhor que a dele. Tanto que não dorme mais de noite, fica rondando por dentro de casa pra lá e pra cá. Pra lá e pra cá. Aí ele pôde finalmente dormir aliviado, pois tinha medo que alguem botasse um gato dentro da casa dele e matasse o "pinscher de guarda" antes de fazer o rapa na casa. Agora com D. Jajá rondando por dentro da casa que nem assombração tudo ficou melhor!

- O chato é quando ela se lembra de algum assunto e inventa de entrar no meu quarto e acender a luz a qualquer hora da noite. Acho que vou começar a trancar a porta de chave!