domingo, 27 de junho de 2004

A Sogra e o São João

Bas noite!

Esse Pai Fábio não deixa a gente em paz mesmo com as suas broncas com a mãe de Dra. Absolut... O senhor imagine que ele me ligou semana passada perguntando o que se faz no São João, quando a sogra chama a gente pra passar na casa dela...

O que eu respondi? Oxe! É simples: Veja só, é aniversário da bruaca? Se for, lascou! Faça que nem eu já le disse outro dia. É pra se lascar. Pro senhor avaliar só como é dramático isso, Zélia Mentirinha inventou de nascer justamente no 24 de junho! Só mesmo uma desgraça daquelas pra querer atrapalhar justamente a maior e melhor festa do ano, a maior festa nacional. Quando eu sofria daquilo, tinha uma regra: A noite de São João eu passava na fazenda, festejando com minha família, dançando, soltando fogos, comendo comidas de milho até estourar, enfim: Comemorando o São João decentemente, como tem que ser. No dia de São João eu dava uma passada na casa dela e já saía logo correndo pra não demorar. Teve uma vez só em que fiz a burrada de passar a noite de São João na casa daquela disgramada e ainda hoje me arrependo. Aquilo não comemora o São João! Não fez nem ao menos uma única canjica semipronta! A casa dela era a única da rua que não tinha fogueira acesa! Vôte! Chega tô arrupiado só de me alembrar!

Agora, se não for aniversário da bandida, o senhor avalie as opções. Se tiver uma festa que preste por lá e a sua famia num for fazer nada, vá. Leve seu próprio bacamarte, suas pamonhas e vá brincar a festa! Numa festa tão boa dessas é fácil de se ficar longe da sogra. Não escuente e se divirta, como bom Nordestino que o senhor é!

Agora me deixe dar um pulinho ali embaixo que vou ver se os meninos estão adubando direito a capineira. Té daqui a pouco!

segunda-feira, 7 de junho de 2004

Uma consulta?

Bas noite!

Mas que honra medonha! Pai Fábio de Oitibumaré aqui no Canadá? A que devo a honra dessa visita?

É honra sim e não abro mão nem por todo o dinheiro do gunverno! O único pai-de-santo homem (pelo menos em teoria) de Pombos vindo aqui é honra demais pra um pobre coronelão bruto que nem que eu!

Mas me diga lá o que le trouxe aqui! Ô essa menina! Vá lá dentro e traga uma cachacinha pra mim e uma celveja gelada aqui pra Pai Fábio! E já diga que tô mandano matar uma galinha gorda e fazer uma cabidela!

Sim... É aniversário da mãe de Dra. Absolut e o senhor quer saber se deve ir ou não? As regras pra aniversário de sogra são simples:

Se for na sua casa, não adianta. Compareça, e finja que está se divertindo. Arrume uns amigos, faça uma rodinha de conversa num canto e esqueça o resto da festa. Se perguntarem por que você não está falando com o povo, disfarce e diga que a conversa tá tão boa que você se esqueceu do resto da festa.

Se for na casa dela, tente adoecer ou viajar a trabalho. Se não der certo, faça o impossível pra chegar tarde, desde que não implique em brigar com a patroa. Quando chegar lá, tente escapulir de abraçá-la, mas se não der, deê um abracinho ligeiro e já saia correndo pra falar com alguem. Depois tente fazer o que lhe sugeri indagorinha pro outro tipo de festa.

Presente? O senhor ainda quer levar presente? Oxe! Mas num já tá fazeno o supremo sacrifício de ir à festad a megera? Pra que levar presente? Ela que fique contente de o senhor ir e ainda levar a filha dela! Mas se for indispensável pra fazer uma média com a patroa, sugiro dar algo bem baratinho, um relógio de feira, um enfeite bem brega, algo assim. De preferência embrulhado em jornal e amarrado com cordão. Usado, claro!

Agora, o melhor mesmo é não ir. Já seio: O senhor vai ficar aqui em casa! A gente vai agora armuçá essa galinha que mandei prepará, tomar uma, despois vossência vai ficar sem descondição de dirigir e pronto! Não vorta pra casa e não vai à festa! Que tals?

Agora deixa eu ir ali ao banheiro que o merdoim que comi ontem tá fazeno efeito!