segunda-feira, 19 de abril de 2004

Meu primo Leonardo

Bas noite! Hoje o assunto tá mole. Esse banzo de começo de ano sempre me deixa ruim de memória.

Só me alembrei mermo foi de meu primo Leonardo, outro genro profissional dos que me aparecem na família. Esse cabra almoça e janta quase todo dia na casa da sogra, guardano os tique-ristorante pra sair com a patroa no final-de-semana. Pra não dizerem que ele é um aproveitador, de vez em quando ele leva um presente pra véia, um queijo ou uma barra de doce. Que ele prontamente come a metade na próxima sobremesa. Agora o sinhô me diga se esse cabôco é ou não profissional!

Meu amigo Zécarlos, mecânico de minha F-1000 Lindona, é um considerado um penador. Hoje está com duas mulheres ao mesmo tempo, sendo elas a quarta e quinta da vida dele. Outro dia, entre um arrocho num parafuso e outro, perguntei-lhe como era ter duas sogras. Zécarlos tirou os óculos, enxugou o suor da testa, pensou um pouco e disparou: Coronel, eu não tenho pobrema não. Uma delas eu só vejo a cada dois anos, e mesmo assim de rápido. Como semos intrigado e ela mora noutra cidade, eu chego na casa dela com a patroa e os meninos e mando logo irem as duas fazer uma feira. Enquanto estão na rua comprando bugingangas, vou até ao bar na esquina e tomos umas. Na volta das duas, fico esperando fazerem o almoço. Aí vou, almoço, boto a famia no carro e volto pra Pombos.

A outra sogra é mais fácil. Ela não fala comigo, e quando eu chego à casa da alfa-5, entro pela porta da frente e ela sai pela de trás. Só se falemos por recado, através da muié, quando é muito preciso mesmo. Aí a vida com duas sogras é boa! Praticamente não tenho nenhuma sogra, e ainda desfruto de duas muié!

É... Zécarlos quase que não tem duas sogras, mas ainda tem o gasto de duas muleres. Sabe de uma coisa? Sou rico pra poder sustentar isso não!

O sinhô espere um instante, que já mandei matar uma galinha gorda pra nóis comê a cabidela!

segunda-feira, 12 de abril de 2004

Meu amigo Cação

Cação, filho de Tio Juzé e meu amigo-irmão é a prova viva de que o raio bate duas vezes no mesmo lugar. Ele é filho de Tio Juzé, cuja sogra é digna de prêmio, quase tão ruim quanto D. antonieta-tá, a penação de Taê, o que por si só já é ruim, ser neto de uma coisa daquelas! Mas Cação casou-se com a filha de um dos piores tipos de sogra: A mandona. A véia não para a boca quieta e tem mania de se meter na vida dele! Deixa só eu contar uns causos da atribulada vida dele:

- Pouco tempo antes dele se casar Cação estava desempregado, esperando sair uma licença do Ibama pra poder tocar a empresa dele. Ou seja, não estava desempregado desempregado, só estava parado. Aí a véia pega, liga pra mãe dele, e passa uma meia-hora reclamano, dizeno que não criou filha pra sustentar marido desempregado e vagabundo e tals. Hoje, pouco mais de um ano depois do casamento, Dra. Caçona (a mulé de Cação) já pode até deixar de trabalhar, se quiser se dedicar à casa. Agora avalie a cara da véia!

- Caçona é oficial das Forças Armadas, e como tal não pode emprenhar antes de um tempo, ou perde o emprego. Mas a véia já decidiu que ela vai emprenhar agora, e que vai ser uma menina! Por isso já comprou tudo - TUDO - o que é preciso para a criança (detesto aquela palavra que começa com "e"), só que tudo roupa de menina. Inclusive já até mandou decorar o quarto para a menina! Pode uma coisa dessas? Quando perguntei a Cação como foi que ele agüentou isso, ele me deu uma resposta filosófica: Deixa, Coroné. No final das contas já economizei quase dois mil Real nessa história. Se quando a patroa emprenhar vier um menino, o gasto é pouco. E ainda é capaz dela encher as gavetas de novo com roupas de menino!

Esse cabôco é outro que quer ser canonizado! Pelo menos beatificado já cabe!

Um abraço que eu vou ali embaixo ver como vai a limpa do mio!

segunda-feira, 5 de abril de 2004

Mais umas de Zélia Mentirinha

Bas noite! Como é que o sinhô tá? Miorô da gripe? Eu bem que le disse pra num ficar no sereno até tarde, namorando moça no portão! Agora aproveite que o sinhô é de casa, se assente aqui na beira do fogo e oiça mais umas historinhas de Zélia Mentirinha, pra poder se preparar pra quando conhecê-la de ao vivo, que Deus o livre!
- Que Zélia Mentirinha é a maior mentirosa do Agreste, o sinhô já sabe. Mas que mentiras ela conta nunca ninguem le disse, né? Apois aí vai: Ela conta que conheceu, namorou e casou com o finado defunto que morreu em 23, isso mesmo, vinte e três dias! Disse que o cabra era rico além de tudo, e que os filhos nasceram em berço de ouro. Só se for ouro-de-tolo, por que todos os filhos dele, dos dois casamentos, são hoje pobres. Ela se diz parente de todo o mundo, até de Roberto Carlos aquilo já disse que era prima! Sem contar que o finado "marido" era sobrinho de um ex-presidente da república! Agora me diga se isso tem jeito!

- Aquela miséra pegou umas pedras na vesícula. Diz-que quando aquilo tá na crise, dói de um cristão pedir pra morrer. Apois troquei meimundo de favor, usei umas amizades e usei uns amigos em Recife pra fazê-la ser operada logo, pra poder passar logo a dor e deixar de me aperrear. Como aquilo não tinha carro (torrou um fusca que tinha em televisor, e outras porcarias), eu levava-a nas segundas-feiras a Recife, pra fazer exames, consultas, essas coisas de pré-operatório. Agora imagine eu, minha ex-patroa e mais aquilo espremidos drento da minha Pampa véia, uma hora na estrada. Como aquela miséra é analfabeta, só sabe ler (mal) em voz alta, e no caso daquilo, era alta mesmo, aos berros. Ia gritando o conteúdo de todas as placas de sinalização que via pela estrada, com sua "agradável" voz de travesti, dentro do espaço apertado do meu carro. E eu aturando. Até que teve um dia em que não agüentei: Ela foi berrando mais que locomotiva no meu peduvido o caminho todo, e a filha dela ainda queria que eu dirigisse com cuidado pois aquilo estava na crise. Quando ia chegando ao hospital, em Recife, apareceu aquela tampa de bueiro aberta no meio da rua. A ex-patroa apontou pra frente e gritou: Olha o buraco! Num tive dúvida. Acabava com o carro ali, mas me vingava. Mirei a roda direita bem no buraco e acelerei. Quando o carro caiu com tudo lá dentro , com as duas rodas da direita, chega a miséra gemeu e chorou de dor. Segui viagem com um sorriso na cara, feliz pela vingança!

- Eu tinha porte de arma, tudo bonitinho e legalzinho. Mas deixei de andar armado. Por que? Quase que estouro os miolos daquilo umas duas vezes! Ainda cheguei a empunhar meu valente 38! Como não se deve jamais matar sogras (veja o SoGréia 1), achei melhor deixá-lo dali por diante em casa!

Agora o sinhô espere um pouquinho que vou lá dento buscar um mel de uruçu com limão pra ajudar na sua gripe!