segunda-feira, 31 de maio de 2004

A sogra da mulher

Bas noite!

Cuma é que o sinhô tá? Já se livrou da jararaca? Não? Homi, esqueça isso! Já le disse que num se deve matar sogra, pra quando a gente chegar no inferno o diabo num querer se vingar da gente por ter mandado aquela peste pra lá!

Mas agora me alembrei... Outro dia eu tava conversano com uma amiga minha que me chamou a atenção pra uma coisa engraçada: Quando a gente fala de sogra se alembra logo do genro, mas todo o mundo se esquece que mulher tambem tem sogra, e de um jeito pior!

Oxe! Mas tá! Se mulher já se odeia, vivem umas brigando com as outras, puxando cabelo, fazendo intriga e fofoca a torto e a direito, incrusive quando elas dizem que são amigas, agora avalie quando é sogra!

Qual é a mulher gosta de ver outra mulher, que ela já num gosta por instinto, levar embora o filhinho dela, com quem ela tem uma relação meio edipianosa? Outra mão feminina relando na carinha que ela passou talco? Aí tambem já é demais também!

Só pro sinhô não dizer que estou falando bestage de drento de minha cabeça, vou citar uns exemplos:

- Uma senhora conhecida minha vivia aperreando o filho dela pra que ele deixasse a namorada que ele tinha, e namorasse uma amiga da irmã dele, de quem ela gostava muito. Apois foi só ele acabar o namoro e ir se chegando pra perto da amiga da irmã que num instante a mãe dele começou a achar defeito na menina!

- Calciolândia, uma conhecida minha, tinha uma sogra que era a peste, vivia reclamando dela e enchendo-lhe a paciência. Quando o namoro acabou e o rapaz arrumou outra, num é que a véia foi ligar prela, chamando-a pra ir à casa dela, pra ver se acabava o namoro novo?

- Outra! Tem tambem a da mãe que só chama as namoradas do filho pelo nome ou da pinica de casa ou de alguma ex-namorada. Principalmente quando a atual mostra que não gosta da referência à ex.

- Já vi cada briga de sogra e nora pra ver quem vai no banco da frente do carro ao lado do filho/homem que só de contar cada uma é de ter uma crise de riso. E pra escrever tudo ia dar um livro!

Mas agora o sinhô espere aí um pouquinho que vou lá drento e já volto. Aquela cabidela de ontem tá fazendo efeito. Pertantinho!

domingo, 23 de maio de 2004

Eu gosto da minha sogra

Boa tarde! Como estão vocês?
Como infelizmente o nosso amigo Coronel Yanossauro não pôde estar aqui hoje (parece-me que foi fazer uma distribuição de terra pra uns MSTs, sete palmos pra cada), ele pediu-me que viesse fazer-lhes companhia.

Assim como o Coronel, tambem tenho a pecha de odiador de sogras, tendo inclusive sido alçado à categoria de Presidente do MFS (Movimento pelo Fim das Sogras), mas para amenizar um pouco essa impressão, decidi hoje só falar sobre boas sogras e coisas boas que sogras fazem aos seus genros. Como estou falando coisas boas, não há por que alguem se irritar, então pela primeira vez nesta varanda não trocarei os nomes de ninguem. Se não vejamos:

- Começo pela família, minha avó Lourdes que ajudava como podia os genros em má situação financeira, inclusive levando para passar temporadas em sua casa, tratando a todos com o mesmo carinho. Minha avó Tereza, que pararicava o meu pai tanto que ele chegou a chorar tanto em seu enterro quanto no de sua mãe..

- Duas sogras que eu tive, que tornaram-se outras mães de minha vida, D. Marias que, como morava em outra cidade, chegou a arrumar um quarto exclusiva e especialment para mim, para que eu não ficasse em um hotel quando fosse ver a sua filha. D. Conceição que chegou a defender-me de sua filha, em nossas discussões por bobagem.

- D. Antonieta, que atravessa semanalmente Recife de ônibus apenas para passar as roupas do genro que não está podendo pagar uma empregada.

- Sue, que criou a irmã caçula, tornando-se sogra e cunhada ao mesmo tempo. Emprestou dinheiro a perder de vista para o cunhado-genro poder comprar a casa própria.

E tantas outras, esquecidas e misturadas ao resto do joio.

A estas sogras, boas ou que fazem atos de bondade para os seus genros e a todas as outras, fica aqui o meu muito obrigado e minha pequena homenagem. Pois como dizia Sílvio Santos:

"Eu gosto da minha sogra,
Deixe falar quem quiser.
Ela é minha segunda mãe,
Ela é mãe de minha mulher.

Ela trata seus netinhos
com carinho e devoção.
É um anjo de bondade,
mora no meu coração!

Quem condena a sua sogra
Por um motivo qualquer
Esquece que a mãe dele
É sogra de sua mulher!

Neste samba eu exalto
Num elogio profundo
E dedico com carinho
A todas as sogras do mundo."


Muito obrigado e boa tarde!
Cristiano Nogueira

sexta-feira, 14 de maio de 2004

E mais essa agora!

O senhor, que é um homem estudado, pode me fazer o favor de me dá sua opinião? Recebi esta carta aqui do meu sobrinho Bacurinho e não seio mais o que faço. Pie só e veja:

"Tio Yanossauro,
Tô num aperto da bexiga e não sei como sair. Veja o senhor que Tia Keka começou a brincar com Painho que eu ia namorar Mariinha, dela. Até aí tudo bem. Mas agora Tia Keka fica o tempo todo reclamando com Painho que eu não vou lá, que Mariinha tá cum saudades... E eu nem sei do que ela está falando! Será que eu já tenho uma sogra? Eu num sou novo demais pra ter uma não?
Tô cum medo... Tu não quer me dar couto aí no Canadá não? Quero fugir logo antes que ela vire sogra mesmo!"

E agora o senhor, que é homem sabido e instruído, estudado em faculdade e de anelão no dedo, pode me dar uma luz, um conseio? Esse menino só tem 3 anos! O que é que eu faço, deixo o bichinho se acoutar aqui? Mas aí além de chatear meus amigos São Taê e Zelda, ainda posso arrumar pobrema com Madama Keka, que parece que é parenta da Bruxa Keka. Ainda mais se decidir virar sogra... Varei-te!

Só pra terminar essa conversa, enquanto o senhor pensa, me alembrei agora que meu amigo Flam, lá da Terra dos Marechais, me escrevinhou outro dia pra falar que numa praia em Sergipe tem um lugar chamado de Banco da Sogra. É uma croa, ou banco de areia, que fica todo debaixo d'água quando a maré enche. O cumarada leva a sogra pra lá, diz que vai dar uma vortinha, e deixa a maré encher pra levar a danada! Será que Bacurinho consegue levar Keka pra lá?

Agora té mais, que vou ter que ir dar uns gritos nos meninos lá embaixo...

domingo, 2 de maio de 2004

Em Busca da Desfeita Perfeita

Bas noite! Como é que o sinhô tá? Ainda de ressaca? É... Aquela bebemoração que fizemo dia 28, por causa do Dia da Sogra foi grande... Gostei da sua idéia de a gentes nóis ir ao cemitério dançá em riba do túmulo da sua sogra. Faz tempo que eu num me divertia tanto... E se alembra do pessoá que chegou despois e começaro a fazer o mesmo com as sogras deles? Agora avalie se isso pega! Todo 28 de abril a turma fazendo festa nos cemitérios! Isso sim é que é desfeita. Mas ainda num tá cem por cento boa.

Num le contei não? Já faz anos que tenho andado percurando a desfeita perfeita. Aquilo que indiguine tanto a desfeiteada que ela simpresmente suma da vida do genro. Ainda encontro. Outro dia eu ouvi uma canção antiga, duns moleques dum tal de Africa Bambaataa, que se chamava "Looking For The Perfect Beat", ou seja, "À Procura da Batida Perfeita". Como não sou músico, mas gostei do tema, decidi parafraseá-lo, para que fique mais próximo de mim: "À procura da Desfeita Perfeita". Virou mais um objetivo na minha vida. Aí saí atrás de desfeitas boas.

- Essa sua, de dançar em cima da cova da sogra no Dia da Sogra, foi uma ótima, embora ela não esteja mais vendo. Ou pelo menos a gente espera que o Diabo não a solte mais!

- Teve meu amigo São Taê, que um dia abriu a porta de casa e encontrou D. Marieta-tá, a sogra dele, na porta, com uma mala do lado. Perguntou quanto tempo ela ia ficar e como resposta ela disse que só até não quererem ela mais lá. Aí ele perguntou: "Mas não vai ficar nem prum cafezinho?".

- Tio Juzé estava enfrentando uma bronca séria em casa, pois a sogra dele estava se fazendo de doente pra ficar vivendo às custas da filha, ou seja, dele. Quando Tia Polly (mulher de Tio Juzé) veio pedir pra mãe dela ficar morando com eles, tio Juzé argumentou, muito justamente, que não tinham nenhum quarto vago em casa, e portanto a véia não poderia ficar lá. Aí tia Polly sugeriu dar uma arrumada em uma das garagens (a casa dele tem duas) e transformá-la em um quarto pra mãe dela. E ele na bucha: E onde é que vou guardar minhas ferramentas? Vou deixá-las, bem como minhas grades de celveja, tomando sol e chuva só pra acomodar tua mãe? Mas de jeito nenhum! Ela que se vire!

- Tem tambem as eternas, que sempre fiz com Zélia Mentirinha, como da vez que comprei um relógio na feira, embrulhei de jornal, amarrei com brabante e joguei em cima dela, à guisa de presente de aniversário. Tambem... Quem mandou nascer justo na Béspa de São João, a noite mais importante do ano, só pra atrapalhar?

Ói, vou ali ver como os meninos tão limpano a roça de mio, e o sinhô fique aí na rede descansano, drumino e peidano, que a casa é sua. Se o sinhô se alembrá de mais uma desfeita, ou suber de alguma, por favor me avise. Me ligue ou escreva pra yanossauro@pop.com.br que é favor. Té mais!